Cultura

“Seguimos invisíveis”: Carta aberta denuncia falta de apoio de deputados a artistas e cultura local

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A Associação dos Compositores e Músicos de Gurupi (Ascomg) divulgou uma carta aberta em que critica duramente a falta de valorização dos artistas locais. O documento ressalta que, mesmo com investimentos milionários em eventos patrocinados com recursos públicos — muitos deles provenientes de emendas parlamentares — os músicos da cidade seguem sendo ignorados.

A principal crítica da carta está no fato de que esses recursos estão sendo usados, majoritariamente, para contratar artistas de renome nacional, que fazem seus shows e vão embora, deixando para trás os talentos locais com cachês baixos ou, em muitos casos, sequer convidados para se apresentarem.

“Não somos lembrados. Seguimos invisíveis, enquanto artistas de fora são exaltados com recursos públicos, muitos deles oriundos de emendas parlamentares. E nós? Continuamos lutando, sozinhos, para manter viva a nossa cultura, a nossa identidade, o que realmente representa o povo local”, diz um trecho da carta.

A reclamação ganhou ainda mais força com a proximidade da 50ª Expo Gurupi, que neste ano terá entrada gratuita para o público. A gratuidade, no entanto, é viabilizada por meio de verba pública — segundo apuração, R$ 300 mil estão destinados para cobrir as despesas da festa.

A associação pede mais projetos voltados à cultura em Gurupi e destaca que apenas a Prefeitura, por meio da prefeita Josi Nunes, tem dado espaço aos artistas locais em festas como o Arraiá da Amizade e o Carnaval.

No contexto estadual, o cenário se repete: ao todo, R$ 5 milhões de recursos públicos serão aplicados nas exposições agropecuárias do Tocantins este ano. Enquanto isso, a indignação dos músicos cresce nas redes sociais. Um texto circulando em grupos de profissionais de outras regiões do estado reforça o sentimento de apagamento cultural e de exclusão dos artistas locais.

A carta da Ascomg vem como um grito por respeito, valorização e espaço. Os músicos pedem que parte dos recursos públicos seja, de fato, investida na promoção da cultura local, e não apenas em atrações externas.

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