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Gurupi

Em alusão ao Abril Azul, carreata de conscientização do autismo coloriu Gurupi

Mais de 200 famílias já são assistidas pelo Instituto Via Autismo, que promoveu a carreata.

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Em Gurupi, a avenida Goiás foi colorida de azul na manhã deste sábado (06) com a carreata de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A mobilização foi organizada pela filial do Instituto Via Autismo em Gurupi e marca o início de programações para o Abril Azul, mês voltado à conscientização sobre o TEA. A filial da instituição é presidida pelo neuropsicólogo Eduardo Andrade.

O Instituto Via Autismo vem de Parauapebas-PA, e lá já são atendidas cerca de mil famílias de crianças com TEA. “Em Gurupi, nesses três meses de trabalho, nós já acolhemos mais de duzentas famílias, e esse número vem aumentando. O Instituto vem com o papel de cobrar políticas públicas, resoluções que não são cumpridas e para conscientização da sociedade”, explicou Eduardo Andrade, o presidente da filial de Gurupi. Eduardo falou ainda de planos para outras programações: “As ações não vão acontecer só no Abril Azul, mas todo mês queremos realizar algo voltado para nos dar visibilidade, seja uma “Sessão Azul” no cinema, uma corrida ou dias de lazer no parque e no clube”, completou ele.

Hellen Cássia, odontóloga, é mãe do Heitor, que tem seis anos e é autista com nível 1 de suporte. Hellen conta que antes mesmo dos dois anos, Heitor já demonstrava alguns sinais de que algo era diferente nele, pois não acompanhava alguns marcos de desenvolvimento já comuns para cada idade que ele atingia. “Eu procurei os especialistas e confirmamos nossa suspeita. Desde os dois anos, ele tem acompanhamento com alguns profissionais para ajudar no desenvolvimento. É nítida a diferença quando a criança recebe o diagnóstico cedo e tem esse acompanhamento desde o início da infância. Ele já vai receber alta da fonoaudióloga”, comemora Hellen, que reforça a importância de informar as famílias sobre o TEA.

Outra instituição que também esteve na carreata e oferece apoio às famílias de crianças autistas no município é a Associação Protetora dos Autistas de Gurupi (Aspag). A Associação foi oficialmente criada há pouco tempo, mas o trabalho realizado pelo grupo veterano que a integra vem desde meados de 2003, quando mães de crianças do espectro autista se uniram em apoio mútuo.

Uma das integrantes da Aspag, Zilanda Wilemen, explicou mais sobre os frutos do trabalho da Associação: “Nós hoje não temos um espaço físico, mas o trabalho da Aspag é de acolher e orientar mais de 200 famílias na parte jurídica, na parte da saúde, indicando bons profissionais para tratamentos necessários, entre outras coisas. Zilanda enfatizou que instituições como o Via Autismo e a Aspag não tomam o papel das instituições públicas, pois, segundo ela, ainda há muito a se fazer. “Precisamos entender que é um conjunto: os órgãos públicos ofertarem atendimentos especializados na Educação, na Saúde, criando os caminhos para um tratamento eficiente, e nós, dando esse apoio às famílias e nos unindo pela causa”, explicou Zilanda.

Abril Azul

“O Abril Azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar a população sobre o autismo, envolver a comunidade, trazer visibilidade e buscar uma sociedade mais consciente, menos preconceituosa e mais inclusiva. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo.

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficit na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados. Não há evidências científicas de que exista uma causa única para o autismo, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais.

No autismo, o azul estimula o sentimento de calma e de maior equilíbrio para as pessoas. Nesse caso, o azul auxilia em situações em que a criança, por exemplo, apresenta uma sobrecarga sensorial. Atualmente, o autismo passou a ser representado pelo símbolo do infinito colorido que foi escolhido e criado pelos próprios autistas. O logotipo refere-se à neurodiversidade e a várias formas de expressão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).” (Fonte: Governo Federal)

Confira no link a seguir a Lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012):

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm

Texto por Ana Neuberger

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